Friday, June 03, 2005

Natal

Dia desses eu estava voltando pra casa e senti Natal como na época em que a conheci.
Senti como que um cheiro familiar, igual ao cheiro de pernil assado e abacaxi que lembram o Ano Novo. Um cheiro de brisa suave atravessado o alpendre, sensação de férias, eu como a turista que poucas vezes fui...
Uma calma me invadiu...imagine, eu, em pleno 03, passando pela Felizardo Moura em direção a ponte, fechei os olhos e me vi indo para a Redinha, passar um fim de semana na beira da praia,
eu que não gosto de pegar Sol mas amo a brisa, o cheiro (mais uma vez) de mar...só isso já me bastou.
Reclamo bastante da infra estrutura da cidade, várias vezes digo pra quem me pergunta (os de fora), que Natal só é bom pra passear, jamais para morar, e é verdade. Por isso que há muito tempo não me sentia leve, assim, como a brisa que só "turistando" é que a gente consegue reparar. A verdade é que a gente se fixa tanto em um determinado detalhe que esquece de olhar o resto, do olhar panorâmico de uma câmera. Basta a gente cismar com alguma coisa e pronto: lá se vai todo o resto. É como quando a gente engravida, e de repente só vemos grávidas em todo o lugar. Ou quando achamos determinado cacoete feio (todos são, mas sempre tem um que nos incomoda mais), e todo mundo aparece com o tal do cacoete. Como se eu tivesse tomando um determinado remédio por anos e ele não fizesse mais efeito sobre mim... Não por acaso o nome desse efeito é adaptação...

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