Friday, August 12, 2005

Podem malhar, eu não ligo

Os que não gostam que me desculpem, mas hoje preciso falar de Política. Sei que parece até que sou alienada, mas acreditem se quiserem, tinha altos papos sobre isso com meu tio, petista ferrenho, funileiro, trabalhador de estaleiro e sindicalista desde que me entendo por gente. Ele mora longe de mim, então nem sei se ele vai concordar comigo no que vou falar, mas tudo bem. Com ele aprendi a analisar e filtrar o que se ouve, conferindo com os olhos, feito o bom juiz. Na época do Collor mesmo, eu estudava na ETFQ (RJ), eu vi a "comoção"... ora, meus colegas me chamando "vamos Aline, tá todo mundo lá na Pres. Vargas, vamos lá de cara pintada, tá a maior farra!"
Vocês acham que os estudantes tiraram o Collor? Eu acho que o Collor até podia sair mesmo, não tava fazendo lá grande coisa pelo Brasil, mas eu não tirei o Collor (até porque não fui pintar minha cara). Quem tirou foi a Globo.
Gente, tá certo que me emociono com qualquer coisa mesmo, ainda mais com novela, mas hoje eu chorei com o pronunciamento do Lula. Podem me crucificar, mas quando se está em um posto de comando, é complicado mesmo, você fica cego pra algumas coisas! Se ele tem culpa, é de ser bom articulador, mas mau líder. Eu sei bem o que é, quando você está embaixo, no meio dos problemas, você os enxerga e sabe solucionar. Mas quando te dão a oportunidade de resolver, os problemas se acumulam e você acaba delegando tarefas, que cabiam a você, para outras pessoas. A isso soma-se inveja, preconceito, falta de companheirismo...e você, mesmo no alto, acaba não enxergando tudo o que acontece. É a princesa no alto da torre.
Realmente não foi nesse Lula que eu votei. Não foi no Lula que precisou pedir desculpas pelos outros. Não votei no Lula que teve que segurar as lágrimas no alto dos olhos, porque ia parecer teatro. Foi no Lula corajoso, que dava nome aos bois e a cara a tapa, que era diplomático sem ser demagógico, hipócrita. Que era pura emoção, espontaneidade. Hoje esse Lula deu lugar a um líder solitário. Ele que era o líder solidário.
Acabou. Não precisava ser assim. Assim já é covardia.

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