Wednesday, July 26, 2006

mais um capítulo

Capítulo III

“Querido Pedro”
Desculpe o mau jeito. Não sou muito de escrever, quer dizer, cartas, cartas de amor...Bem, eu acho que é isto, não? Vou começar de novo. E prometo não parar.
Sinto saudades. Quando nos conhecemos, não sei o que houve...sei que foi muito legal. O fato de você ter ficado comigo lá em Santiago, e depois na volta. Honestamente, quando chegamos naquele lugar tão fora do roteiro, tão...fora do mundo, imaginei que nada pudesse acontecer. Mas você aconteceu...E agora sinto saudades.
Queria muito saber por onde você anda...por quais trilhas anda peregrinando? Alguma aqui pelo Brasil? Por favor, mande notícias!
Sabe, isso é meio estranho. Quer dizer, foram duas semanas incríveis, nós nos conhecemos bem, mas agora... não sei, é estranho... queria te ver. Queria saber se você ainda quer me ver. De repente, estou me iludindo. Talvez você tenha uma namorada aí em Barcelona. Talvez até estivesse com ela quando nos conhecemos...Você tinha alguns mistérios, eu podia notar...Mas não quero saber. Só quero ver você. Olhar pra você. Saber se você é mesmo real.
Estou até pensando em conseguir alguma coisa em Terrasa. Meu pai tem alguns amigos por lá, de repente arruma uma bolsa de estudos...Quero fazer algo em Design, sei lá, de repente dá certo.
Bom, acho que é isso. Espero uma resposta. Vou ficar escrevendo, ater o correio começar a devolver as cartas por “endereço inexistente”, ou até você aparecer.
Beijos.
Marieta

Sunday, July 16, 2006

continuando o livro...

Capítulo II

- Marieta Coutinho!
- Presente.
- (não sei porque a gente precisa dessa chamada todo santo dia. Por que não nos chamam pelo número? Não nos dão um número?)
- Você quer ser só um número?
- ...

Claro que não. Marieta sabia que não era só um número. Mas isso era bobagem. Ela só não queria ouvi todos os dias seu sobrenome, que apesar de diminutivo tinha um peso digno de um aumentativo. Coisas de adolescente. Chatices. No fundo, tanto fazia ser Marieta como “número 35” para ela.
Margot volta a falar.
- Você vai mesmo à Europa, nas férias?
- Ainda não sei. Papai vem falando nessa viagem há tanto tempo que nem eu sei mais. Acho que a festa de debutante está mais fácil de sair.
- Que nada, ele vai é te fazer uma surpresona, você vai ver.
- Chegando em casa, Marieta vê o seu passaporte, novinho, em cima do aparador. “Quem diria. Eu, a herdeira dos Coutinho, aos 15 anos ainda virgem de passaporte. Isso é imoral!”, pensa, e com uma risada sobe para fazer as malas.

*****

Marieta passou dois meses na Europa. Quando foi, achou que ia adorar Londres, se apaixonar em Roma e descobrir seu maior mistério na Espanha. Detestou Londres, descobriu no que queria trabalhar em Milão e se apaixonou em Santiago de Compostela. O que ela foi fazer lá ainda é um mistério até para ela. O que o lugar fez com ela, no entanto, ela descobriu...

Thursday, July 13, 2006

sem saco

Hoje estou assim. sem saco pra escrever direito, só desabafando. Mas "no stress", estou bem, estou feliz. Só estou sem saco. Só isso. Me deixa.

Monday, July 10, 2006

Boa semana pra vocês!!

Confiança – uma alavanca para um novo tempo
Lucia Helena dos Santos
"Oposta à confiança está a depressão. Precisamente a desconfiança engendra esta terrível víbora. Mas a confiança desperta as mais ardentes e divinas inclinações do espírito.
Os seres celestiais podem aproximar-se das pessoas nas horas de confiança e o milagre da inspiração cria as mais harmoniosas aproximações.
A confiança precisa ser cultivada pois, do contrário, a pessoa afunda na inércia. A confiança é o conhecimento direto; não pode haver traição ou prejuízo para quem desempenha a grande tarefa do Deus Vivo, que é confiar.
Aquele que é abençoado com a confiança não precisa de armadura. Para termos boa saúde é preciso ter alegria em viver. Mas, como podemos ser alegres se não confiamos no nosso próximo, no bem e na vida?
Sem confiança, nossos dias se tornam de uma feiúra só. Ficamos tristes, amargos, descrentes e... depressivos e doentes.
O bem-estar e a saúde são encontrados na confiança. É preciso confiar no presente e no futuro, no conhecido e no desconhecido, no visível e no invisível. Mas não vamos confundir confiante com descuidado!.
A vitória só é alcançada pela confiança e pelo coração aberto. A fé corresponde à auto-hipnose, enquanto a confiança diz respeito a auto-análise. A fé é indefinida em sua essência, mas a confiança confirma a infalibilidade do amor.
A manifestação da confiança é indispensável para a comunhão com Deus."

Friday, July 07, 2006

Olha só (carioquíssima)

"Time to eat all your words
swallow your pride
open your eyes..."
(Tears for fears - sowing the seeds of love)

Sou míope. Se eu tirar meus óculos, meus -8,25 graus vão me fazer ver tudo embaçado do nariz pra diante. Agora você me diz: é o mundo que precisa de ajuste de foco ou eu que preciso pôr meus óculos de volta?
Pra quem não entende metáforas: se tudo aparenta estar errado, se ninguém faz nada certo na sua opinião, é o mundo que tem que mudar ou é você que precisa repensar seu ponto de vista?
OK, OK, simplista demais. Nem sempre a falta é nossa. O mundo é feio, tem coisa errada acontecendo o tempo todo. Mas me custa acreditar que na esfera de um indivíduo possa acontecer só coisas más, e só pessoas “erradas” convivam com este indivíduo! Se você repete um padrão de comportamento e ele resulta em fracasso, a culpa é sua sim! Porque por mais que você ache o contrário, esse jeito de agir é errado sim! É um exercício de lógica. Não dá pra consertar o mundo assim, mas dá pelo menos pra viver melhor consigo e com os que te cercam.
Ponha os óculos do bom senso, repense seu modo de agir. Não se envergonhe de admitir seus erros, mas reflita numa forma de não repeti-los. Imagine um jeito de passar por uma situação sem culpar ninguém por ela. Não é questão de ser “bonzinho”, é assumir as rédeas da sua vida, tomar a responsabilidade pelo que acontece nela, e deixar de ser passivo em relação a isso. Agir, não reagir.
E, sim, estou falando a alguém, especificamente. Se esse alguém vai entender, não sei. Mas se entender, vai ser ótimo, e prometo guardar segredo. Afinal, quem sou eu pra dar conselhos, pelo menos pra certas pessoas? Até onde sei, sou apenas “nuts” e não sei nada da vida...

"All for freedom and for pleasure
Nothing ever lasts forever
Everybody wants to rule the world..."
(Ibid. - Everybody wants to rule the world)

Sunday, July 02, 2006

O quê? A doida vai falar da Copa??

Desculpem, mas agora eu vou falar. Sei que quem me conhece vai me entender, e espero que quem não me conhece não me leve a mal. Essa negócio da Copa, essa comoção toda pela eliminação da Seleção Brasileira da competição, pra mim nada mais é do que reflexo de tudo o que nos faz brasileiros, em termos de povo, não de nacionalidade. Torcer pelo "Brasil" na Copa não vai me fazer mais ou menos brasileiro. Eu sou Brasileira todos os dias, e não de 4 em 4 anos. Tem dias que acordo não querendo ser, mas isso é um detalhe. Na boa, chorar copiosamente, ou passar mal, deixar de comer ou dormir, porque um grupo de atletas que por acaso estão representando seu país em uma competição, é o cúmulo. Reflete o quanto nós, povo brasileiro, somos manipulados, seja pelos políticos, pelo Carnaval ou pela Copa. O brasileiro como povo tem o terrível hábito de esquecer que o mundo não pára quando a gente pára. Ou seja, a cada dia, a cada minuto que passamos desperdiçando nosso tempo com algo que além de não nos acrescentar nada ainda vai nos fazer sofrer, estamos nos distanciando do mundo, sendo passados pra trás, feito um bando de manés. Eu sei, a gente precisa de distração, de lazer e tal, mas o que vejo é que, como uma droga, essa tal de Copa a cada dia mais toma conta de nossas vidas, e nos tira da realidade a ponto de não enxergarmos o quanto estamos dependentes dela, a título de "distração", simplesmente porque não temos outra razão pra viver, ou achamos que não temos!!
Eu sei que nesse exato momento vocês, meus três fiéis leitores estarão lendo isso e reconsiderando sua fidelidade a meu blog...sei que milhares de torcedores apaixonados terão mil argumentos contra minha posição, todos patriotas defendendo seu país, que tem muitas riquezas, mas é injustiçado e tem no futebol uma forma de expressar sua superioridade, blablablabla...tudo bem, eu não ligo. Já passei por isso nas Olimpíadas, no Pan...ano que vem tem mais. Tem Pan, no Rio, e me verei obrigada a responder o quanto estou orgulhosa de ter uma competição desse "porte" acontecendo na minha terrinha natal. Tudo bem. Contanto que não tenha que ver a Daiane dos Santos pululando ao som de "Brasileirinho", pra mim tá ótimo. Porque aí é "patriotismo" demais pro meu gosto.