Hoje é dia de lembrar. Já lembrei de quando fui morar em Natal e perdi o costume de escrever (!) à mão, pois só o que eu fazia era trabalhar em casa e redigir listas de compras e orçamentos. Lembrei de quando não tinha sofá, depois tive um, depois mais um e finalmente desisti do sofá, que ocupa espaço e só serve pro meu marido deitar e me deixar sem lugar e pro gato afiar as unhas e me obrigar a jogar uma manta por cima pra esconder o rombo. Ficamos na rede mesmo, e às vezes na cama, que a preguiça é grande.
Lembrei que deixei meu caderno de pensamentos lá em Natal, e que tem um texto que eu queria colocar aqui mas agora não posso, e talvez nem veja mais o tal caderno, se depender da minha sogra e sua norinha do coração (a outra, claro). Lembrei o quanto o calor no Rio é cruel e desumano (35 graus em NI são 35 graus mais a sua temperatura corporal), e lembrei também que eu costumava rir quando me diziam que o Nordeste é melhor, o clima é mais ameno (venta mais, e eu: hahahahahahahahaha, paraíba...)
Lembrei ser mais ativa, costumava agir mais, e enrolar menos. Quando precisava fazer alguma coisa, saía e fazia. Agora não sei, se é o calor, a comodidade do carro (que no momento está avariado), ou Miguel, ou tudo junto (sair com Miguel de ônibus nesse calor???), só sei que não sei de mais nada.
Lembrei ligeiramente de ter uma vida antes de ficar com Fabiano, mas ainda não me lembrei o que era...e agora, com ele longe, minha vida parece que só vai voltar a ter rumo depois de março, mesmo que eu arrume emprego e comece a estudar antes disso.
Lembrei que escrevi há um tempinho (por sinal está no caderninho perdido) que a gente nunca tem 100%. Antes, em Natal, sentia falta da minha família e achava que eu tinha quebrado uma espécie de "linha do tempo", ou do espaço, sei lá, e que por eu ter ido embora, tudo ficou de cabeça pra baixo. As coisas na minha família começaram a dar errado, sei lá...Agora, vindo pra cá sem um propósito definido (antes foi pelo parto de Miguel..) fora sair do inferno particular onde morava, e esperar Fabiano concluir o Mestrado, percebo que esse texto nunca esteve tão atual pra mim. Pena não poder lembrá-lo verbatim.
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