Bem antes desse "reality show" A fazenda, eu passei por uma experiência parecida. Chamava-se Trilhas Potiguares. Pra simplificar, era um projeto universitário que levava grupos de estudantes com um objetivo em comum a cidades do interior do RN. Cada universitário era de uma área, com um projeto próprio a desenvolver dentro do projeto geral para aquela área. Nós passamos dez dias "confinados" em uma casa cedida pela Maçonaria, com dois quartos e um banheiro, sem móvel nenhum, tentando convencer crianças a ler e escovar os dentes todos os dias, mães e professoras a contar histórias para as crianças, grupos de idosos rivais a resolver seus problemas sem ser na faca (ou na pistola)... Tudo isso em uma cidadezinha da tromba do elefante, Patu, divisa com Catolé do Rocha, Paraiba, terra de pistoleiros mesmo, mas mais conhecida como cidade natal de Chico César.
Dirigi uma Pampa "trêbada", recebi cantada do amigo do meu ex, dividi caçamba de pick up com botijão de gás de cozinha (que por acaso era o combustível da referida pick up!), chorei de saudades de casa no quinto dia...olha, um post é pouco pra contar todo o sufoco que eu passei por lá. E olha, não sou luxenta e sabia que ia sentir saudades, mas nunca imaginei que limpar um banheiro que outros nove usaram seria tão asqueroso, nem que um abraço bem apertado fizesse tanta falta. Isso fora a maledicência dos componentes da sua equipe, a deserção do líder (no sexto dia, a coordenadora da equipe e minha companheira de projeto foi embora, imaginem!), a falta de água e nariz e lábios rachados pela baixa umidade relativa no ar...
Agora vocês esperam a parte boa, tipo "por outro lado"...esquece! foi chato, traumatizante, as pessoas sinceramente não me acrescentaram nada ou muito pouco, o projeto não foi adiante... e o mais louco é que o projeto teria uma segunda etapa, que seria voltar a cidade e acompanhar o que foi implantado lá, ver o que deu certo, etc... Vocês acham que eu voltei?? É ruim hein?
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