Wednesday, July 08, 2009

verdade e mito - o que dizer se muito já foi dito

O que é verdade? Quem tem o poder de dizer o que é ou não verdade? A verdade é definida como "o que é real ou possivelmente real dentro de um sistema de valores" Esta qualificação, segundo a Wikipedia, implica o imaginário, a realidade e a ficção, questões centrais tanto em antropologia cultural, artes, filosofia e a própria razão. Filosoficamente falando, designa uma igualdade ou conformidade entre a inteligência (conhecimento intelectual) e o ser. Quer dizer, o que é verdade para uns pode não ser para outros, mas se usarmos o racional, veremos que certas afirmações feitas não podem ser consideradas verdadeiras, ainda que ditas de forma afirmativa, como "a neve é amarela". Diremos "a neve é branca". Claro, esta questão não pode envolver coisas óbvias como a cor da neve. Mas ainda assim a verdade é uma só. O que muda é quem tem acesso a essa verdade. Por exemplo, um aborígene australiano, que nunca viu neve na vida dele e encontra um turista tomando raspadinha de laranja vai achar que a neve é amarela. Cabe aqueles que possuem o conhecimento dessa verdade dizer a essa pessoa a verdade, explicar o que é. Não cabe a ela julgar se essa pessoa vai entender ou não, se é importante para o aborígene saber ele precisa saber! Do contrario ele vai passar a vida toda achando que a neve é amarela, e se um dia ele tiver a oportunidade de vê-la, vai se recusar a chamar aquilo de neve.
Para aqueles que amavam Michael Jackson, e sempre amarão, independente do que digam, é importante saber a verdade. As pessoas públicas, se não querem se expor, não precisam fazê-lo, mas a partir do momento em que outros o fazem, estes têm a obrigação de fazer em nome da verdade. A menina Paris, ao fazer sua despedida pública do pai, resgatou esse direito para nós e para ele mesmo, o direito à verdade. O direito de saber que ele não era só um personagem esquisito criado e desenvolvido a partir de um menino tímido e explorado que se recusou a crescer e virar o adulto que odiava, e sim um PAI, um cara que só tinha uma meta na vida, ser feliz e fazer feliz aqueles que ele amava. Porque essa verdade é pessoal. Pra ele, a vida era aquilo, uma eterna brincadeira de criança. A pessoa que mostrou outra "verdade" pra ele mostrou uma coisa que ele não concordava. E que sua alma sensível soube reconhecer que não era verdade. Mostraram a ele uma raspadinha de laranja e disseram que era neve. Só que sua alma grandiosa sabia que havia algo muito maior e mais bonito, e que ele deveria ir em busca.
Só sinto muito pesar pela intolerância do mundo, quase tanto quanto o que sinto pela primeira manifestação de intolerância, pelo Homem cujo único pedido era que amássemos uns aos outros, assim como a nós mesmos, e O crucificaram dizendo que ele pretendia derrubar um rei. O que é verdade? Quem poderá dizê-la? Se o Pai Celestial em pessoa a disse, e muitos não acreditaram?
Gente não estou comparando um e outro. Só estou manifestando aqui o meu lamento, e dizendo o quanto os homens são ignorantes e intolerantes. As pessoas ignoram a verdade, fazem questão de não tomarem conhecimento, e execram aqueles que conhecem e querem viver e compartilhar essa verdade.
Estou triste, porque Michael Jackson podia estar vivo agora, se não fosse a sua conviccção em se resguardar e resguardar sua família, que gerou especulações e ganância das pessoas a quem ele recebia de braços abertos. Triste, porque mais uma vez, a intolerância e o prejulgamento ceifaram uma vida desnecessariamente. E triste pela Paris, que perdeu um paizão, companheiro, coisa preciosa a que muitos nem dão valor, ou só dão quando perdem.
Eu não quero saber do mito que estão gerando; queria só saber a verdade. Ou melhor, queria que todos soubessem e que eu não precisasse ficar ouvindo abobrinhas do tipo "Michael Jackson não tinha pênis", "não tinha ereção", "nunca transou", etc. Mas gente sem noção sempre vai existir, né? Se não nessas, em outras ocasiões, então deixa pra lá.

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