Thursday, May 26, 2005

Na lata

A mulher chega no ponto de ônibus,e pergunta inocentemente se o ônibus tal já passou.
O cara diz que já, e começa a fazer perguntas: onde ela morava, se estava indo pra casa, pererê pão duro.
Chega outro ônibus, ela viu que passava perto de onde ela ia e subiu. O cara subiu atrás.
Ela se senta à janela (não abre mão), e ele senta do lado e fica escorando. Ela pôde sentir o cheiro de cachaça e suor da criatura. Além disso, ela não pôde deixar de notar, o cabra era uma batida de caminhão, tamanha a feiúra.
Ele insiste na conversa, ela não dá idéia, e deixa a mão esquerda à vista, exibindo a aliança. O cara nada de se tocar.
Um amigo da "criatura" sobe no ônibus e este conversa alto com o outro, alardeando que saiu ontem à noite e só está voltando aquela hora, tendo ficado "quase 48 horas" (sic) fora de casa. Fica repetindo "por isso é que é bom o cabra ser solteiro!".
De repente, vira pra mulher e pergunta onde ela trabalhava, descobriu que era uma escola, daí pergunta se os alunos são bem educados. "Mais do que o senhor", pensa ela, já de saco cheio.
Ele pergunta se a escola não tem telefone. Ela diz que não sabe, que começou há pouco tempo. Ele pede o telefone dela. Ela pergunta: "Pra quê?". Ele repete o pedido. Ela insiste: "pra quê?". "Pra mim", responde o "Don Juan". Ela ri, debochadamente e responde: "Não!".
O cara murcha todinho e calado segue viagem.

No comments: